Quem nunca se pegou sorrindo ao ouvir uma música superanimada no rádio? Pois
essa reação espontânea e aparentemente sem razão pode ser explicada. "As músicas
carregam um poder emocional-afetivo muito grande e conseguem nos conectar
instantaneamente a experiências de vida marcantes", explica Maristela Smith,
musicoterapeuta e coordenadora de pós-graduação no tema da FMU, de São
Paulo.
Os acordes desencadeiam emoções primárias como alegria, tristeza, surpresa,
amor, medo, raiva e nostalgia, e também atuam fisicamente. "Laboratórios do
mundo inteiro vêm pesquisando exaustivamente a forma como o andamento musical, a
velocidade, o ritmo e o volume em que escutamos determinadas músicas influenciam
na respiração e na pressão sanguínea", acrescenta Nydia do Rego Monteiro, também
musicoterapeuta e professora do curso de especialização da Universidade Federal
do Piauí.
A explicação para tamanho impacto está na atuação da música sobre o cérebro
humano. "O lado direito do cérebro é mais sensível à melodia e ao canto do que o
esquerdo, mas como os circuitos cerebrais se interconectam, o cérebro é
influenciado como um todo", justifica Maristela. As emoções positivas geralmente
são despertadas diante de músicas chamadas de consonantes, ou seja, relaxantes e
harmônicas, capazes de ativar áreas cerebrais envolvidas com as sensações de
recompensa ou prazer. A partir daí, há a diminuição do nível de cortisol no
organismo, o hormônio do estresse, e uma consequente redução da
ansiedade.
Gosto pessoal conta
Mas para realmente resultar em todos esses benefícios, a música deve
respeitar as preferências de cada um. "Uma mesma música pode fazer bem para um e
causar o efeito inverso em outro por causa da experiência de vida individual",
alerta Nydia. Por isso, é importante conhecer o que você realmente gosta de
ouvir, não só para optar pela trilha sonora que proporciona bem-estar, mas
também a fim de evitar aquelas canções que acabam deixando-o irritado ou
cabisbaixo.
Como regra geral, a música que agrega deve remeter a momentos de bem-estar
e não necessariamente é a mais agitada. Nos momentos de tristeza o estímulo pode
ser mais eficiente quando vindo de uma música mais dramática, de acordo com
Sofia Cristina Dreher, musicoterapeuta e coordenadora de bacharelado sobre o
tema nas Faculdades EST, no Rio Grande do Sul. "Quando estamos tristes,
normalmente uma música agitada demais nos irrita", observa.
Músicas instrumentais são ótimas pedidas quando a cabeça está a mil e é
preciso desacelerar. "Por não terem letra, elas não estimulam tanto o hemisfério
racional, propiciando a calma mental. Além disso, como não nos sentimos na
obrigação de acompanhar a letra, deixamos a mente mais livre", esclarece Nydia.
"Também é provável que, mesmo sem perceber, comecemos a sintonizar a música com
a respiração". Cantar músicas que expressam o que você está sentindo também pode
ser interessante. "Você acaba projetando toda aquela energia contida e que
precisa sair. Como resultado, provavelmente se sentirá mais leve",
aposta.
Música no dia a dia
Ouvir música suave, em volume baixo, é um hábito saudável para a rotina,
mas outros sons também podem atuar em nosso favor nos momentos de estresse. "Um
dos exercícios é se recolher e procurar ouvir os sons rotineiros, como pingos de
chuva, pios de pássaros, sons de celular, o assovio do vento e até os próprios
sons internos, como os batimentos cardíacos, por exemplo. Isso ajuda a
desacelerar", ensina Maristela. Também vale fazer uma playlist com as músicas
que remetem a lembranças
positivas, de várias fases da sua vida, para ouvir nos
momentos difíceis.
Essa playlist especial, segundo a musicoterapeuta, também serve como
profilaxia ao estresse, principalmente se ouvida com frequência, em horários
determinados, pela manhã ou antes de dormir. "A música que tem grande
significado para quem a escuta provoca um efeito positivo sobre as emoções. Ela
gera um bem-estar momentâneo, mas que acaba se prolongando por um bom tempo
depois. É o que chamamos de efeito residual", explica. São muitos os motivos
para praticar essa verdadeira terapia. De preferência, em baixo e bom som.
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/06/03/ouvir-musica-e-uma-boa-estrategia-para-relaxar-e-desacelerar-a-mente.htm
Beijossssss galerinha!!!!!
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