quinta-feira, 13 de novembro de 2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

#Quarta-feira aqui tem...


#Quarta-feira aqui tem...

Qual sua Princesa favorita?



Eu?
Adivinha?
Como é difícil escolher porque cada uma tem a sua beleza, história, algo de encantador,...
Mas, eu gosto mesmo é da Pocahontas.











terça-feira, 11 de novembro de 2014

Que o outro saiba...

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
Lya Luft


Lya Luft

Veja
Edição 1935
14 de dezembro de 2005
De
Lya Luft
Lya Luft:
Quanto nós merecemos?
O ser humano é um animal que deu errado em várias coisas. A maioria das pessoas que conheço, se fizesse uma terapia, ainda que breve, haveria de viver melhor. Os problemas podiam continuar ali, mas elas aprenderiam a lidar com eles.
Sem querer fazer uma interpretação barata ou subir além do chinelo: como qualquer pessoa que tenha lido Freud e companhia, não raro penso nas rasteiras que o inconsciente nos passa e em quanto nos atrapalhamos por achar que merecemos pouco.

Ilustração Atomica Studio

Ilustra    o Atomica Studio
Pessoalmente, acho que merecemos muito: nascemos para ser bem mais felizes do que somos, mas nossa cultura, nossa sociedade, nossa família não nos contaram essa história direito. Fomos onerados com contos de ogros sobre culpa, dívida, deveres e… mais culpa.
Um psicanalista me disse um dia:
– Minha profissão ajuda as pessoas a manter a cabeça à tona d’água. Milagres ninguém faz.
Nessa tona das águas da vida, por cima da qual nossa cabeça espia – se não naufragamos de vez –, somos assediados por pensamentos nem sempre muito inteligentes ou positivos sobre nós mesmos.
As armadilhas do inconsciente, que é onde nosso pé derrapa, talvez nos façam vislumbrar nessa fenda obscura um letreiro que diz: “Eu não mereço ser feliz. Quem sou eu para estar bem, ter saúde, ter alguma segurança e alegria? Não mereço uma boa família, afetos razoavelmente seguros, felicidade em meio aos dissabores”. Nada disso. Não nos ensinaram que “Deus faz sofrer a quem ama”?
Portanto, se algo começa a ir muito bem, possivelmente daremos um jeito de que desmorone – a não ser que tenhamos aprendido a nos valorizar.
Vivemos o efeito de muita raiva acumulada, muito mal-entendido nunca explicado, mágoas infantis, obrigações excessivas e imaginárias. Somos ofuscados pelo danoso mito da mãe santa e da esposa imaculada e do homem poderoso, pela miragem dos filhos mais que perfeitos, do patrão infalível e do governo sempre confiável. Sofremos sob o peso de quanto “devemos” a todas essas entidades inventadas, pois, afinal, por trás delas existe apenas gente, tão frágil quanto nós.
Esses fantasmas nos questionam, mãos na cintura, sobrancelhas iradas:
– Ué, você está quase se livrando das drogas, está quase conquistando a pessoa amada, está quase equilibrando sua relação com a família, está quase obtendo sucesso, vive com alguma tranqüilidade financeira… será que você merece? Veja lá!
Ouvindo isso, assustados réus, num ato nada falho tiramos o tapete de nós mesmos e damos um jeito de nos boicotar – coisa que aliás fazemos demais nesta curta vida. Escolhemos a droga em lugar da lucidez e da saúde; nos fechamos para os afetos em lugar de lhes abrir espaço; corremos atarantados em busca de mais dinheiro do que precisaríamos; se vamos bem em uma atividade, ficamos inquietos e queremos trocar; se uma relação floresce, viramos críticos mordazes ou traímos o outro, dando um jeito de podar carinho, confiança ou sensualidade.
Se a gente pudesse mudar um pouco essa perspectiva, e não encarar drogas, bebida em excesso, mentira, egoísmo e isolamento como “proibidos”, mas como uma opção burra e destrutiva, quem sabe poderíamos escolher coisas que nos favorecessem. E não passar uma vida inteira afastando o que poderia nos dar alegria, prazer, conforto ou serenidade.
No conflitado e obscuro território do inconsciente, que o velho sábio Freud nos ensinaria a arejar e iluminar, ainda nos consideramos maus meninos e meninas, crianças malcomportadas que merecem castigo, privação, desperdício de vida. Bom, isso também somos nós: estranho animal que nasceu precisando urgente de conserto.
Alguém sabe o endereço de uma oficina boa, barata, perto de casa – ah, e que não lide com notas frias?


Lya Luft é escritora

Fonte

Libertação


"A vida é em parte um baile de máscaras com as quais nos seduzimos uns aos outros,

e nos enganamos diante do espelho..."
                   (Lya Luft)





Num mundo bombardeado por clichês e estereótipos, seres etiquetados e padronizados, ser livre requer luta e empenho diário em ser fiel ao que existe por trás das máscaras. 
Ao classificar a realidade... criamos limites, celas, grades que nos separam daqueles que julgamos diferentes, e portanto, impróprios para o nosso convívio.
 E assim vivemos, seres perfeitos, imutáveis, acima do bem e do mal. 
Subimos em nossas torres e lá observamos o "mundo perdido", sem perceber que perdidos estamos nós, solitários em nossas celas, aprisionados em nossas máscaras e cheios de "opiniões"...
Vivemos anos e anos desse jeito e lá fora há algo extraordinário que não conseguimos viver, mas que que gostaríamos de fazer parte.
Ás vezes é bom quando o espelho quebra por que saímos a procura de outro, é aí que encontramos o novo,novo assustador.
A nossa libertação!
Lamentamos pelos anos vividos e assim almejamos, vida nova!
Chego pensar que a nossa felicidade esteja onde estamos aprisionados, temos que "quebrar as cadeias" que nos aprisionam e vivem dentro de nós.
"...nos enganamos diante do espelho..."





quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"TOMARA..."

"TOMARA..."
(Ana Jácomo)


Tomara que a neblina das circunstâncias mais doídas não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer para ver também um bocadinho de céu.

Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem da confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor.

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de busca a ideia da alegria.

Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão da felicidade.

Tomara...

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Eu, Caçador de Mim!

           Caçador de Mim


               Milton Nascimento



Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu, caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim


Eu, caçador de mim...

Pensemos na busca profunda que o ser humano faz no autoconhecimento. Os extremos a que pode chegar a personalidade humana: “manso ou feroz, doce ou atroz”, ou seja, o ser humano, de fato, é constituído por extremos que se contrapõe entre si e com outros e também com outros que o fazem se assemelhar às demais pessoas.
Somos pessoas limitadas e sempre temos a tendência de cair nas “armadilhas da mata escura” que a vida nos reserva. O que “recheia”, que dá sabor à vida humana são os sonhos, embebidos de magia e encanto de se viver Feliz e realizado.
O pior medo que deveríamos ter seria o de “correr da luta”, pois somos feitos para enfrentar as dificuldades e fazer delas pontes de superação para chegarmos ao êxito e à conquista de nossos objetivos.
Vale a pena buscar o autoconhecimento, para cada pessoa vale a pena, de fato ser “caçador de si”, pois a vida passa a ter um sentido mais completo e envolvente quando nos conhecemos ou ao menos buscamos nos conhecer.
Foi sobre isso que pensei o dia inteiro e em alguns momentos até me emocionei, confesso!
...Vou me encontrar
Longe do meu lugar...
Pensei: será que somos donos de algum lugar?
Não encontrei resposta!
Depois pensei novamente: será que esse lugar é onde estamos apegados?
Muitos questionamentos!