sexta-feira, 11 de julho de 2014

#SextaFlorida

#SextaFlorida

Pensando bem resolvi postar algo diferente ou não seja tão diferente assim, porque flores combina muito com Martha Medeiros e o título do livro é muito propício, oportuno com uma sexta-feira e além de tudo, para ser florida tem que ter um bocado de tudo isso "#SextaFlorida". Amei!!!


Onde está a graça das coisas, segundo Martha Medeiros 

Ela tem o poder de enxergar além dos detalhes de qualquer situação simples do cotidiano. Em suas crônicas, fala sobre tudo, o que é bom e o que é ruim, mas quem lê sempre chega ao final de cada texto com um sentimento positivo. É impossível não se identificar com o que ela escreve, porque é tudo muito próximo da vida real.
Ler Martha Medeiros é quase uma terapia. É um prazer e ao mesmo tempo um aprendizado. Em seu último livro, A Graça da Coisa, estão reunidas 81 crônicas em que ela fala sobre situações do cotidiano, relacionamentos, viagens, datas, filmes, música, livros e sentimentos. Tudo sempre ligado a enxergar onde está a tal “graça da coisa”, que poucas vezes conseguimos ver no dia a dia. Selecionei algumas delas e o que Martha diz sobre cada uma:

A graça de ser adulto – “Só nos tornamos adultos quando perdemos o medo de errar. Não somos apenas a soma das nossas escolhas, mas também das nossas renúncias. Crescer é tomar decisões e depois conviver em paz com a dúvida. Adolescentes prorrogam suas escolhas porque querem ter certeza absoluta – errar lhes parece a morte. Adultos sabem que nunca terão certeza absoluta de nada, e sabem também que só a morte física é definitiva. Já “morreram” diante de fracassos e frustrações, e voltaram pra vida. Ao entender que é normal morrer várias vezes numa única existência, perdemos o medo – e finalmente crescemos.”

A graça do nada - “O nada basta. Não precisamos de tanta racionalização, de tantos planos, de intermináveis discursos e indiscrições para ocupar nosso vazio. O nada é o silêncio. O nada é o sentimento pelo sentimentos. O nada é a contemplação da natureza. O nada é a paz. Essa paz que tanto desejamos, sem saber o que fazer com ela quando a alcançamos.”

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A graça do trabalho - “Muitos entre nós ainda acreditam que trabalho e prazer são duas coisas distintas que não se misturam. Pois o mundo mudou. O trabalho está deixando de ser aquela atividade burocrática e rígida cuja finalidade era ganhar dinheiro e nada mais. A meta, hoje, é aproveitar as novas tecnologias e as oportunidades que elas oferecem. Atuar de forma mais flexível, autônoma e motivada. Trocar o “chegar lá” pelo “ser feliz agora”. Ou seja, amar o trabalho do mesmo jeito que se ama ir ao cinema, pegar uma praia e sair com os amigos.”

A graça da religião - “Alain de Botton defende o lado prático e benéfico das religiões: elas funcionam como lembretes sobre a importância de nos introspectarmos e de fazermos a coisa certa todos os dias. Quem prefere não buscar esses lembretes na igreja, pode buscar na arte, no contato com a natureza ou onde quer que sua alma se revitalize.”

A graça de escrever - “Deveríamos estar cercados por jardins, margens de rio, praias abertas, mas vivemos confinados entre quatro paredes que de certa forma aleijam a inspiração. Escrever, lógico, me oferece várias oportunidades de fuga. Estou onde estou, fisicamente, mas também não estou: invento meu próprio lago, pátio, horizonte.”

A graça de ler um livro - “O livro é de quem lê mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praça. O livro é de quem tem acesso às suas páginas e através delas consegue imaginar os personagens, os cenários, a voz e o jeito com que se movimentam. São do leitor as sensações provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo o que é transmitido pelo autor, mas que reflete em quem lê de uma forma muito pessoal. É do leitor o prazer. É do leitor a identificação. É do leitor o aprendizado. É do leitor o livro.”

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A graça da vida – “Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa. No meio, a gente descobre que sexo sem amor também vale a pena, mas é ginástica, não tem transcendência nenhuma. Que tudo o que faz você voltar para casa de mãos abanando (sem nenhuma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia) foi perda de tempo. Que a primeira metade da vida é muito boa, mas da metade para o fim pode ser ainda melhor, se a gente aprendeu alguma coisa com os tropeços lá do início.”

A (verdadeira) graça de beleza interior – “Como mulher se preocupa com besteira. Usa roupa preta para afinar, veste bermudas compressoras para chapar a barriga, manga comprida pra esconder os braços roliços, e mais isso, e aquilo, quando o maior segredo da beleza consta do seguinte: sinta-se num palco, mesmo que nunca tenha chegado perto de um. Imagine-se com 60 mil pessoas te aplaudindo, te admirando pelo que você faz, pelo que você é, imagine-se com o público na mão, pois você é competente e possui uma elegância natural. Conscientize-se de que sua inteligência é superior às suas medidas, que ser magrinha não atrai amor instantâneo, que sua personalidade é um cartão de visitas, que a felicidade é a melhor maquiagem, que ser leve é que emagrece.”

A graça de viajar – “Outro dia uma amiga que já deu a volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar a paisagem, ou que estão à beira do mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta. De nada adianta levar o corpo para passear se a alma não sai de casa.”
“Que seus pais não me ouçam, mas se você está entre iniciar uma terapia ou se largar no mundo, comece experimentando a segunda opção. Ambas levam para o mesmo lugar, mas num consultório não tem vento no rosto nem céu estrelado. Se não funcionar, aí sim, divã.”

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A graça de aprender – “Prefiro conversar com pessoas mais vividas que eu, mais inteligentes, com melhores histórias para contar. Adoro jantar com quem conhece mais gastronomia do que eu, salientando temperos que normalmente eu não perceberia. Gosto de viajar com quem já viajou bastante e desenvolveu um olhar para certos lugares que para mim é novo. Prefiro dançar com quem sabe me conduzir.”

A graça de ter coragem – “Aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina. Coragem, mesmo, é preciso para viajar sozinha, terminar um casamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas vampirescas, optar por um caminho diferente, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional.”

A graça das pequenas coisas – “Cachorro quente. Livros. Encantar-se por um autor que você não conhecia.  Revistas TPM, Lola, Bravo, Elle, Vogue, Joyce Pascowitch – revistas de moda, cultura, entretenimento e decoração são sempre um luxo acessível, uma fantasia necessária. Sair bem na foto. Passar um fim de semana fora da cidade. Flores, folhagens, jardins, árvores, montanha. Um bom programa de entrevista na tevê. Declaração de amor de filho. Dia de sol ao acordar. Massagem. Praia com mar de cartão postal. Festa boa. A luz voltar. Seu time fazer o gol decisivo no último minuto – é preciso sofrer um pouquinho na vida. Identificar suas próprias pequenas felicidades e, mesmo nem tudo dando certo, gostar da vida que se leva.”




2 comentários:

Calu Barros disse...

Preciosas definições, de fato, a Martha tem o dom de nos fazer ir do riso ao choro com bilhete de volta à calma nas mãos.Adorei cada ítem.Comecei bem o final de semana levada por tua tão oportuna #sextaflorida.Sensacional!
Bjkas floridas também.
Calu

Allecoruja disse...

Obrigada Calu!!
Se eu te contar que a Martha Medeiros tem sido a minha conselheira,acredita??kkkkkkkkk
Tenho lido todas as crônicas delas e tem sido um porto seguro para a minha alma!!
Feliz que vc gostou!!!
Bjsssssssssssssss
Allê