Quando levar sua filha ao ginecologista
Por
Equipe BBel
Publicado em 03/02/2012 Atualizado em 05/02/2013
Publicado em 03/02/2012 Atualizado em 05/02/2013
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Na
primeira consulta com a adolescente, o ginecologista pode apenas
conversar e tirar dúvidas, ou então fazer um exame mais detalhado.
"Normalmente, o primeiro encontro serve apenas para um bate-papo e para estabelecer um bom relacionamento entre o médico e a paciente,
esclarecendo dúvidas e inquietudes, bem como para o especialista
conhecer o histórico familiar da menina. Sempre que possível, a consulta
inicial envolve também um exame físico que até pode assustar, mas não
tem necessariamente um caráter ginecológico. Meninas virgens não
precisam se preocupar, porque mesmo o temido exame preventivo, que
identifica o câncer de colo do útero, no caso delas é feito com um
aparelho que garante a integridade do hímen", explica Viviane.
"A primeira consulta é dividida em duas partes. Primeiro, realizamos
uma entrevista, que é quando a adolescente deve ser pesada, medida e
realizada a anamnese (histórico). Em seguida, fazemos um exame físico. A
paciente fica nua, veste um avental aberto para frente e é colocada em
posição ginecológica. O médico examina as mamas e o abdômen através da
inspecção e palpação, e também a vulva, onde observa-se o
desenvolvimento dos pelos pubianos, pequenos e grandes lábios, clitóris e
uretra. Se a paciente é sexualmente ativa, acrescentamos o exame
especular, com a finalidade de examinar a vagina, colo uterino e colher,
além do papanicolau. Por fim, é realizado o toque vaginal, em que se
detecta alterações da vagina, útero, ovários e trompas", esclarece Omar.
Após a primeira menstruação, a menina começa a sentir alguns
sintomas relacionados a alterações hormonais, que precisam ser avaliados
por um ginecologista. "Nesta idade a adolescente pode ter acne
e oleosidade na pele e se consultar com uma dermatologista por pensar
que é só um problema de pele, mas a médica acaba indicando o
ginecologista por serem problemas ligados a alterações hormonais. É
normal também sentir cólica, mas é preciso que o ginecologista avalie,
para confirmar se é uma cólica comum ou algum problema, como a
dismenorreia (um tipo de cólica muito forte) ou um início de
endometriose. Já sobre a irregularidade menstrual, é comum acontecer nos
dois primeiros anos de menstruação, mas é importante ter acompanhamento
médico para descartar a possibilidade de ovários policísticos", alerta
Marco Aurélio. "Outros problemas comuns são alterações mamárias e
corrimento vaginal", comenta Viviane.
Nesta primeira visita ao ginecologista, a mãe pode acompanhar a filha
na consulta. "Neste momento o médico, a mãe e a filha entram em um
acordo para que a menina se consulte sozinha nas próximas vezes e,
assim, fique à vontade e tenha o direito à confidencialidade na
consulta. O diálogo com o ginecologista é um canal de comunicação para a
adolescente e ela precisa se sentir segura para conversar, pois muitas
vezes ela não tem com quem falar sobre sexo", afirma o médico Marco
Aurélio.
"Apesar de não ser obrigatória, a presença da mãe é bem-vinda, já que
ela conhece melhor os antecedentes de doenças na família e pode
transmitir mais segurança à filha. Porém, é comum que a menina chegue ao
consultório acompanhada de uma amiga, o que pode deixá-la mais
confortável. Nesse momento, juntas, elas podem tirar dúvidas e conversar
sobre orientação sexual, métodos contraceptivos, uso de preservativos
e, inclusive, consumo de drogas e suas consequências. Normalmente, a companhia da mãe, além ter de relação direta com o contexto familiar, passa uma sensação de apoio e atenção.
Quando o profissional percebe que a paciente se sente embaraçada com a
presença de algum familiar, pode pedir para a pessoa se retirar em uma
segunda fase da consulta. Assim, é mais fácil abordar questões delicadas
como as relacionadas à vida sexual sem qualquer constrangimento",
garante a ginecologista Viviane.
Mas a presença da mãe na primeira consulta deve ser uma escolha da
filha. "Geralmente, as adolescentes são desconfiadas, por isso sua
vontade deve ser respeitada. A maioria prefere a mãe, outras a presença
de uma amiga e poucas vão sozinhas. Sobre a escolha de ginecologistas
homens ou mulheres, não existe certo ou errado. Uma dica é não levá-la
ao mesmo médico da mãe, pois as jovens ficam preocupadas em terem que
revelar seus problemas ou intimidades", recomenda Omar.
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